05/07/2007 - 19h00
Bate-papo Flip: Barbara Heliodora compara obras de Shakespeare e Nelson Rodrigues
da Redação
Uma das críticas de teatro mais respeitadas e temidas do Brasil, Barbara Heliodora, é uma das convidadas da Flip (Festa Literária Internacional de Parati) para falar sobre Nelson Rodrigues, o homenageado desta edição do evento.
Direto da cidade fluminense, ela conversou com os internautas no Bate-papo UOL e falou sobre as obras do dramaturgo e as atuais encenações de suas peças. Ela elegeu "Vestido de Noiva" e "O Beijo no Asfalto" como as grandes obras-primas do escritor e disse também que há semelhanças entre as obras de Shakespeare e Nelson Rodrigues.
Sobre as adaptações cinematográficas dos textos do autor, Barbara elogiou a atuação de Fernanda Montenegro, em "A Falecida", e de Jece Valadão, em "O Boca de Ouro".
Leia abaixo a íntegra do papo realizado nesta quinta (5), direto de Paraty, que contou com a participação de 147 internautas.
(04:21:50) BRAVO!: Barbara, muito obrigado por ter vindo. É uma honra para Bravo! E para o UOL hospedar os seu chat.
(04:23:00) Barbara Heliodora: João /gabriel: É um grande prazer estar aqui, e principalmente por essa homenagem ao Nelson Rodrigues, que tanto a merece.
(04:23:03) BRAVO!: Sua palestra ontem foi para o Nelson. A senhora nos disse agora há pouco que ele e Shakespeare são primos. Dá para dizer que Nélson está para a cultura brasileira como Shakespeare para a inglesa?
(04:25:11) Barbara Heliodora: JOÃO gABRIEL; eles são primos porque ambos representam muito bem a cultura e a sociedade que os produziram.
(04:25:58) Barbara Heliodora: Shakespeare teve a vantagem de encontrar um teatro com uns trezentos anos de vida, enquanto o Nelson foi um desbravador.
(04:26:00) Sérgio Ramos: Nelson Rodrigues sempre foi um maldito prá crítica em geral. Agora é uma espécie de Deus. Os gênios estão sempre a frente da crítica ?
(04:27:10) Barbara Heliodora: Sergio Ramos: a unanimidade sempre é idiota, segundo o próprio Nelson. Mesmo quando estreou, o Nelson já teve admiradores, e hoje ele é criticado com mais objetivvidade.
(04:27:19) BRAVO!: Se Harold Bloom analisasse a obra de Nelson, quem ele diria que é o personagem que resume seu teatro, assim como Hamlet com Shakespeare?
(04:28:38) Barbara Heliodora: João Gabriel: creio que seria o conjunto dos "cariocas", o Boca de Ouro, o Toninho da Falecida, ou o Arandir do Beijo no Asfalto.
(04:50:10) Roberta/UOL:
Barbara Heliodora tecla com internautas do Bate-papo UOL, direto de Paraty (crédito: Tatiana Teixeira)
(04:28:45) Almir: Barbara, boa tarde. Gostaria que você falasse a respeito das montagens das peças de Nelson Rodrigues. Elas no geral estão a altura da obra dele?
(04:31:08) Barbara Heliodora: almir: infelizmente, nem sempre; mas já tenho visto várias muito boas, me lembro agora da "Falecida" do Gabriel Villela, ou o espetáculo com as crônicas do Luiz Artur Nunes, ou recentemente o feito com base na Susama Flag.
(04:31:13) adri: Barbara, qual texto de Nelson Rodrigues mais te emociona? Eu adoro quando ele dizia que casar é fácil e o difícil é ter amantes.
(04:32:18) Barbara Heliodora: Adri: Não sei se fico com o Vestido de Noiva ou O Beijo no Asfalto, mas creio não haver dúvida de que essas são as suas duas grandes obras-primas.
(04:32:36) Diego-Ctba: Barbara... Pq todo mundo tem medo de vc? Das suas críticas... comentários
(04:33:39) Barbara Heliodora: Diego: eu acho que isso é um pouco de lenda; a única coisa que eu faço é tentar ser o mais isenta e objetiva a respeito dos espetáculos tal como são oferecidos ao público.
(04:33:46) Sérgio Ramos: Que atores prá você fazem parte da nata da dramaturgia brasileira atualmente ?
(04:35:14) Barbara Heliodora: Sergio Ramos: no momento está aparecendo toda uma geração interessante e bem brasileira; mas ainda estão formando seu curriculo, falar em melhores é perigoso.
(04:35:15) MARTINS PENNA: acho pobre a maneira como tratamos Nelson colocando-o num pedestal dramatúrgico que é sincero e correto, porém ele já não é mais da nossa época.
(04:36:50) Barbara Heliodora: Martins Penna (que é mais antigo mas igualmente perene no teatro brasileiro), nem tudo que o Nelson escvreveu continua relevante. Uma boa parte, porém, fala simplesmente de comportamentos humanos, e por isso mesmo continuam atraentes.
(04:37:05) Almir: Numa entrevista publicada há uns dois anos na Bravo você pintava um quadro meio sombrio do teatro brasileiro. Lembro que você dizia que experimental era só um disfarce para incompetentes... Continuamos assim?
(04:38:58) Barbara Heliodora: Almir: certamente não me lembro de ter dito essa frase. O teatro anda sofrendo muito, no Rio, por exemplo, por simples falta de dinheiro. Quanto ao experimental, por vezes o gratuito usa esse rótulo, mas o verdadeiramente experimental é básico para o contínuo desenvolvimento do teatro.
(04:39:01) Sérgio Ramos: Gosta de televisão ? Gosta de novelas por exemplo ?
(04:39:53) Barbara Heliodora: Nunca vejo novelas; principalmente porque nessa hora geralmente estou saindo para o teatro, mas reconheço que a dramaturgia brasileira para o gênero é muito competente.
(04:52:00) Roberta/UOL:
Barbara Heliodora tecla com internautas do Bate-papo UOL, direto de Paraty (crédito: Tatiana Teixeira)
(04:40:02) Loira: Barbara, vc acha que atravessamos um bom momento no teatro, ou já tivemos momentos bem melhores em relação aos nossos escritores???
(04:41:46) Barbara Heliodora: Loira: Nada é tão simples de definir. Os anos 60 foram magníficos como espetáculo, e hoje, apesar de menos dinheiro, talvez, o teatro está mais brasileiro, mais cheio de autores nacionais falando da vida no Brasil.
(04:41:50) Diego-Ctba: O que vc acha dos festivais de teatro do interior? O que comenta sobre o festival de Londrina (Paraná), Curitiba (Paraná) e São Jose do Rio Preto(SP)?
(04:44:15) Barbara Heliodora: Diega-Ctba: Creio que esses festivais são fundamentais, para as pessoas conhecerem o trabalho um do outro, trocar idéias, "curtir' teatro como atividade ou opção. Já fui ao de Londrina, ao de Curitiba várias vezes, mas nunca conseguir chegar ao de S. José do Rio Preto.
(04:44:19) Almir: O que seria hoje um experimental verdadeiro?
(04:45:46) Barbara Heliodora: Todo teatro, desde a Grécia, muda porque a sociedade que o produz vai mudando. O experimental é aquele que vai buscando as linguagens aptas a apresentar a nova visão das coisas que a vida real apresenta.
(04:45:51) RAFAEL MSN: Olá, o q vc acha de peças teatrais virarem filme? como foi o caso da peça "um espito baixou em mim" e ouvir dizer que "leo e bia" tb será roterizado para o cinema o q vc pensa disto?
(04:46:03) BRAVO!: Aproveito a carona para perguntar sobre as adaptações cinematográficas de Nelson. Quais as suas preferidas?
(04:48:46) Barbara Heliodora: Rafael MSN e João Gabriel: Algumas adaptações são magistrais: o melhor Macbeth do cinema é o "Trono de Sangue", do Kurosawa, por exemplo. Mas nem tudo dá certo. O Nelson tem a seu favor, pelo menos "A Falecida", do Leon Hirschman, com Fernanda Montenegro, e o Jesse Valadão no "Boca de Ouro". A ação é forte no teatro dele, e portanto pode render bom cinema;
(04:48:48) Sérgio Ramos: Barbara, já se arrependeu de alguma crítica ?
(04:50:05) Barbara Heliodora: Sérgio Ramos: para falar a verdade, não. É possível que, com mais espaço, pudesse arrazoar melhor os detalhes, porém creio que jamais senti, a posteriori, que gostaria de mudar o que disse.
(04:50:08) Diego-Ctba: Capa recente da Bravo!, os musicais andam invadindo São Paulo/Rio de Janeiro.... O que vc acha disso? Acha importante ou é caça-níqueis?
(04:52:07) Barbara Heliodora: Até teatro ruim com elenco famoso pode ser chamado de caça-níqueis. Os musicais são um gênero próprio, que podem alcançar alta qualidade. Não se pode esquecer que na virada do sec. XIX para o XX as burletas de Artur Azevedo eram o grande sucesso. O teatro não pode ser só musical ou só peça sem música.
(04:52:10) -=Mineirim=-: Barbara, você acha que um jovem pode pensar em viver apenas do teatro? Tê-lo como profissão?
(04:53:35) Barbara Heliodora: Mineirim: Desde que saiba que não é nada fácil, que leve a carreira MUITO a sério, com disciplina e dedicação, pode chegar lá; mas não é fácil.
(04:53:39) PAULO FERNANDO: Certa vez, li que o Paulo Autran havia mudado um pouco da sua interpretação após ler uma crítica da senhora. A senhora acha que suas críticas influenciam no processo do ator, mesmo depois de um espetáculo ter estreado?
(04:55:01) Barbara Heliodora: Paulo Fernando: Do Paulo Autran nunca ouvi isso, mas fico toda prosa. Na verdade já houve casos em que os atores conversaram comigo dizendo que haviam lucrado com a análise da crítica.
(04:55:06) na platéia: oi, barbara , o q vc acha de um grande dramaturgo como Plínio Marcos ainda não ser reconhecido mesmo quase 8 anos após sua morte?
(04:56:39) Barbara Heliodora: Na platéia: O Plínio Marcos foi muito aplaudido quando seu teatro estava sendo escrito; creio que hoje ele está mais esquecido porque ele foi um representante muito específico de uma era também muito específica. Hoje talvez alguns temas não seriam sequer reconhecidos.
(04:55:37) Roberta/UOL:
Barbara Heliodora tecla com internautas do Bate-papo UOL, direto de Paraty (crédito: Tatiana Teixeira)
(04:56:46) beto: Certa vez assisti o José Celso e a a senhora em um embate bem tenso no "Roda Viva". Qual é o ponto de discódia entre vocês?
(04:57:42) Barbara Heliodora: No momento o José Celso estava um tanto exaltado e eu não compreendi sequer por que ele estava agindo de modo tão agressivo.
(04:57:43) Sérgio Ramos: Barbara você é descendente da inconfidente e creio poetisa Barbara Heliodora ?
(04:58:31) Barbara Heliodora: Sérgio Ramos: Não, mas minha mãe era poeta e grande admiradora da BH da Inconfidência.
(04:59:18) Roberta/UOL:
Barbara Heliodora tecla com internautas do Bate-papo UOL, direto de Paraty (crédito: Tatiana Teixeira)
(04:58:41) BRAVO!: Barbara, foi uma honra para nós participar deste chat. Muito obrigado!
(04:59:32) Barbara Heliodora: O prazer foi meu. Ciao!
(05:00:43) Roberta/UOL: O Bate-papo UOL agradece a presença de Barbara Heliodora e de todos os internautas. Até o próximo!
Direto da cidade fluminense, ela conversou com os internautas no Bate-papo UOL e falou sobre as obras do dramaturgo e as atuais encenações de suas peças. Ela elegeu "Vestido de Noiva" e "O Beijo no Asfalto" como as grandes obras-primas do escritor e disse também que há semelhanças entre as obras de Shakespeare e Nelson Rodrigues.
Sobre as adaptações cinematográficas dos textos do autor, Barbara elogiou a atuação de Fernanda Montenegro, em "A Falecida", e de Jece Valadão, em "O Boca de Ouro".
Leia abaixo a íntegra do papo realizado nesta quinta (5), direto de Paraty, que contou com a participação de 147 internautas.
(04:21:50) BRAVO!: Barbara, muito obrigado por ter vindo. É uma honra para Bravo! E para o UOL hospedar os seu chat.
(04:23:00) Barbara Heliodora: João /gabriel: É um grande prazer estar aqui, e principalmente por essa homenagem ao Nelson Rodrigues, que tanto a merece.
(04:23:03) BRAVO!: Sua palestra ontem foi para o Nelson. A senhora nos disse agora há pouco que ele e Shakespeare são primos. Dá para dizer que Nélson está para a cultura brasileira como Shakespeare para a inglesa?
(04:25:11) Barbara Heliodora: JOÃO gABRIEL; eles são primos porque ambos representam muito bem a cultura e a sociedade que os produziram.
(04:25:58) Barbara Heliodora: Shakespeare teve a vantagem de encontrar um teatro com uns trezentos anos de vida, enquanto o Nelson foi um desbravador.
(04:26:00) Sérgio Ramos: Nelson Rodrigues sempre foi um maldito prá crítica em geral. Agora é uma espécie de Deus. Os gênios estão sempre a frente da crítica ?
(04:27:10) Barbara Heliodora: Sergio Ramos: a unanimidade sempre é idiota, segundo o próprio Nelson. Mesmo quando estreou, o Nelson já teve admiradores, e hoje ele é criticado com mais objetivvidade.
(04:27:19) BRAVO!: Se Harold Bloom analisasse a obra de Nelson, quem ele diria que é o personagem que resume seu teatro, assim como Hamlet com Shakespeare?
(04:28:38) Barbara Heliodora: João Gabriel: creio que seria o conjunto dos "cariocas", o Boca de Ouro, o Toninho da Falecida, ou o Arandir do Beijo no Asfalto.
(04:50:10) Roberta/UOL:
Barbara Heliodora tecla com internautas do Bate-papo UOL, direto de Paraty (crédito: Tatiana Teixeira)
(04:28:45) Almir: Barbara, boa tarde. Gostaria que você falasse a respeito das montagens das peças de Nelson Rodrigues. Elas no geral estão a altura da obra dele?
(04:31:08) Barbara Heliodora: almir: infelizmente, nem sempre; mas já tenho visto várias muito boas, me lembro agora da "Falecida" do Gabriel Villela, ou o espetáculo com as crônicas do Luiz Artur Nunes, ou recentemente o feito com base na Susama Flag.
(04:31:13) adri: Barbara, qual texto de Nelson Rodrigues mais te emociona? Eu adoro quando ele dizia que casar é fácil e o difícil é ter amantes.
(04:32:18) Barbara Heliodora: Adri: Não sei se fico com o Vestido de Noiva ou O Beijo no Asfalto, mas creio não haver dúvida de que essas são as suas duas grandes obras-primas.
(04:32:36) Diego-Ctba: Barbara... Pq todo mundo tem medo de vc? Das suas críticas... comentários
(04:33:39) Barbara Heliodora: Diego: eu acho que isso é um pouco de lenda; a única coisa que eu faço é tentar ser o mais isenta e objetiva a respeito dos espetáculos tal como são oferecidos ao público.
(04:33:46) Sérgio Ramos: Que atores prá você fazem parte da nata da dramaturgia brasileira atualmente ?
(04:35:14) Barbara Heliodora: Sergio Ramos: no momento está aparecendo toda uma geração interessante e bem brasileira; mas ainda estão formando seu curriculo, falar em melhores é perigoso.
(04:35:15) MARTINS PENNA: acho pobre a maneira como tratamos Nelson colocando-o num pedestal dramatúrgico que é sincero e correto, porém ele já não é mais da nossa época.
(04:36:50) Barbara Heliodora: Martins Penna (que é mais antigo mas igualmente perene no teatro brasileiro), nem tudo que o Nelson escvreveu continua relevante. Uma boa parte, porém, fala simplesmente de comportamentos humanos, e por isso mesmo continuam atraentes.
(04:37:05) Almir: Numa entrevista publicada há uns dois anos na Bravo você pintava um quadro meio sombrio do teatro brasileiro. Lembro que você dizia que experimental era só um disfarce para incompetentes... Continuamos assim?
(04:38:58) Barbara Heliodora: Almir: certamente não me lembro de ter dito essa frase. O teatro anda sofrendo muito, no Rio, por exemplo, por simples falta de dinheiro. Quanto ao experimental, por vezes o gratuito usa esse rótulo, mas o verdadeiramente experimental é básico para o contínuo desenvolvimento do teatro.
(04:39:01) Sérgio Ramos: Gosta de televisão ? Gosta de novelas por exemplo ?
(04:39:53) Barbara Heliodora: Nunca vejo novelas; principalmente porque nessa hora geralmente estou saindo para o teatro, mas reconheço que a dramaturgia brasileira para o gênero é muito competente.
(04:52:00) Roberta/UOL:
Barbara Heliodora tecla com internautas do Bate-papo UOL, direto de Paraty (crédito: Tatiana Teixeira)
(04:40:02) Loira: Barbara, vc acha que atravessamos um bom momento no teatro, ou já tivemos momentos bem melhores em relação aos nossos escritores???
(04:41:46) Barbara Heliodora: Loira: Nada é tão simples de definir. Os anos 60 foram magníficos como espetáculo, e hoje, apesar de menos dinheiro, talvez, o teatro está mais brasileiro, mais cheio de autores nacionais falando da vida no Brasil.
(04:41:50) Diego-Ctba: O que vc acha dos festivais de teatro do interior? O que comenta sobre o festival de Londrina (Paraná), Curitiba (Paraná) e São Jose do Rio Preto(SP)?
(04:44:15) Barbara Heliodora: Diega-Ctba: Creio que esses festivais são fundamentais, para as pessoas conhecerem o trabalho um do outro, trocar idéias, "curtir' teatro como atividade ou opção. Já fui ao de Londrina, ao de Curitiba várias vezes, mas nunca conseguir chegar ao de S. José do Rio Preto.
(04:44:19) Almir: O que seria hoje um experimental verdadeiro?
(04:45:46) Barbara Heliodora: Todo teatro, desde a Grécia, muda porque a sociedade que o produz vai mudando. O experimental é aquele que vai buscando as linguagens aptas a apresentar a nova visão das coisas que a vida real apresenta.
(04:45:51) RAFAEL MSN: Olá, o q vc acha de peças teatrais virarem filme? como foi o caso da peça "um espito baixou em mim" e ouvir dizer que "leo e bia" tb será roterizado para o cinema o q vc pensa disto?
(04:46:03) BRAVO!: Aproveito a carona para perguntar sobre as adaptações cinematográficas de Nelson. Quais as suas preferidas?
(04:48:46) Barbara Heliodora: Rafael MSN e João Gabriel: Algumas adaptações são magistrais: o melhor Macbeth do cinema é o "Trono de Sangue", do Kurosawa, por exemplo. Mas nem tudo dá certo. O Nelson tem a seu favor, pelo menos "A Falecida", do Leon Hirschman, com Fernanda Montenegro, e o Jesse Valadão no "Boca de Ouro". A ação é forte no teatro dele, e portanto pode render bom cinema;
(04:48:48) Sérgio Ramos: Barbara, já se arrependeu de alguma crítica ?
(04:50:05) Barbara Heliodora: Sérgio Ramos: para falar a verdade, não. É possível que, com mais espaço, pudesse arrazoar melhor os detalhes, porém creio que jamais senti, a posteriori, que gostaria de mudar o que disse.
(04:50:08) Diego-Ctba: Capa recente da Bravo!, os musicais andam invadindo São Paulo/Rio de Janeiro.... O que vc acha disso? Acha importante ou é caça-níqueis?
(04:52:07) Barbara Heliodora: Até teatro ruim com elenco famoso pode ser chamado de caça-níqueis. Os musicais são um gênero próprio, que podem alcançar alta qualidade. Não se pode esquecer que na virada do sec. XIX para o XX as burletas de Artur Azevedo eram o grande sucesso. O teatro não pode ser só musical ou só peça sem música.
(04:52:10) -=Mineirim=-: Barbara, você acha que um jovem pode pensar em viver apenas do teatro? Tê-lo como profissão?
(04:53:35) Barbara Heliodora: Mineirim: Desde que saiba que não é nada fácil, que leve a carreira MUITO a sério, com disciplina e dedicação, pode chegar lá; mas não é fácil.
(04:53:39) PAULO FERNANDO: Certa vez, li que o Paulo Autran havia mudado um pouco da sua interpretação após ler uma crítica da senhora. A senhora acha que suas críticas influenciam no processo do ator, mesmo depois de um espetáculo ter estreado?
(04:55:01) Barbara Heliodora: Paulo Fernando: Do Paulo Autran nunca ouvi isso, mas fico toda prosa. Na verdade já houve casos em que os atores conversaram comigo dizendo que haviam lucrado com a análise da crítica.
(04:55:06) na platéia: oi, barbara , o q vc acha de um grande dramaturgo como Plínio Marcos ainda não ser reconhecido mesmo quase 8 anos após sua morte?
(04:56:39) Barbara Heliodora: Na platéia: O Plínio Marcos foi muito aplaudido quando seu teatro estava sendo escrito; creio que hoje ele está mais esquecido porque ele foi um representante muito específico de uma era também muito específica. Hoje talvez alguns temas não seriam sequer reconhecidos.
(04:55:37) Roberta/UOL:
Barbara Heliodora tecla com internautas do Bate-papo UOL, direto de Paraty (crédito: Tatiana Teixeira)
(04:56:46) beto: Certa vez assisti o José Celso e a a senhora em um embate bem tenso no "Roda Viva". Qual é o ponto de discódia entre vocês?
(04:57:42) Barbara Heliodora: No momento o José Celso estava um tanto exaltado e eu não compreendi sequer por que ele estava agindo de modo tão agressivo.
(04:57:43) Sérgio Ramos: Barbara você é descendente da inconfidente e creio poetisa Barbara Heliodora ?
(04:58:31) Barbara Heliodora: Sérgio Ramos: Não, mas minha mãe era poeta e grande admiradora da BH da Inconfidência.
(04:59:18) Roberta/UOL:
Barbara Heliodora tecla com internautas do Bate-papo UOL, direto de Paraty (crédito: Tatiana Teixeira)
(04:58:41) BRAVO!: Barbara, foi uma honra para nós participar deste chat. Muito obrigado!
(04:59:32) Barbara Heliodora: O prazer foi meu. Ciao!
(05:00:43) Roberta/UOL: O Bate-papo UOL agradece a presença de Barbara Heliodora e de todos os internautas. Até o próximo!
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